Este blog, apresentado pelo grupo de estudo sobre Educação e Novas Mídias orientado pela Profa. Dra. Maria Olívia Matos Oliveira do PPGEDUC - Programa de Pós-Graduação em Educação e Contemporaneidade, Mestrado e Doutorado, propõe discussões a respeito da Educação, Novas Tecnologias e Inclusão/Exclusão Social. Cultura midiática X finalidades educacionais no contexto da contemporaneidade. Escola, Novas Mídias e Aprendizagem. Hipertexto, multimídia e hipermídia. Novas mídias, linguagens e interfaces. Hibridação dos meios eletrônicos. Mídia-Educação.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Computação ubíqua

"As tecnologias mais profundas e duradouras são aquelas que desaparecem. Elas dissipam-se nas coisas do dia a dia até tornarem-se indistingüíveis."
Mark Weiser











Mark Weiser(٭23/07/1952 - † 27/04/1999), Cientista Chefe do XEROX PARC
em sua visita a Búzios- Brasil em 1998



Introdução

O que é Computação Ubíqua ?

O termo Computação Ubíqua, foi definido pela primeira vez pelo cientista chefe do Centro de Pesquisa Xerox PARC, Sr Mark Weiser (Foto na figura 1) , através de seu artigo "O Computador do Século 21 (The Computer for the 21st Century ). Weiser publicou este artigo no final dos anos 80, e já nesta época previa um aumento nas funcionalidades e na disponibilidade de serviços de computação para os usuários finais, entretanto a visibilidade destes serviços seria a menor possível. Para ele, a computação não seria exclusividade de um computador, uma simples caixa mesmo que de dimensões reduzidas e, sim, diversos dispositivos conectados entre si:

"Ubiquitous computing" in this context does not just mean computers that can be carried to the beach, jungle or airport. Even the most powerful notebook computer, with access to a worldwide information network, still focuses attention on a single box. By analogy to writing, carrying a super-laptop is like owning just one very important book. Customizing this book, even writing millions of other books, does not begin to capture the real power of literacy."

"A Computação Ubíqua neste contexto não significa um computador que possa ser transportado para a praia, o campo ou o aeroporto. Mesmo o mais poderoso notebook, com acesso a Internet ainda foca a atenção do usuário numa simples caixa. Comparando à escrita, carregar um super-notebook é como carregar um livro muito importante. Personalizar este livro, mesmo escrevendo milhões de outros livros, não significa capturar o real poder da Literatura" (Tradução Livre).

Numa época em que os usuários de computação ao executarem suas tarefas lançavam mão de PCs (Desktops),e detinham grande parte de sua atenção e conhecimento na operação do computador em si, Weiser teorizou que futuramente o foco destes usuários ficaria voltado para a tarefa, e não para a ferramenta utilizada, utilizando-se de computação sem perceber ou necessitar de conhecimentos técnicos da máquina utilizada (The world is not a desktop - Mark Weiser - Interactions - Janeiro de 1994 - pp 7-8) . Através da evolução dos Sistemas de Informação Distribuídos (SID), percebido inicialmente com o desenvolvimento da Internet, e a ampliação das opções de conexões, verifica-se que a Computação Ubíqua já é realidade comprovado pelos benefícios que a Computação Móvel trouxe aos usuários. Celulares com acesso à Web, Laptops, Redes WIFI, Lousas Digitais, I-Pods e o maior expoente de todos, o I-Phone, permitem ao mais leigo, sem perceber, a utilização a qualquer momento e em qualquer lugar de um sistema de computação, através de um software e/ou uma interface.


TEXTO NA ÍNTEGRA:
http://www.guiadohardware.net/artigos/computacao-ubiqua/

Cibercultura e Mobilidade: a Era da Conexão

Por André Lemos


Não estamos na era da informação. Não estamos na era da Internet. Nós estamos na era das conexões. Ser conectado está no cerne da nossa democracia e nossa economia. Quanto maior e melhor forem essas conexões, mais forte serão nossos governos, negócios, ciência, cultura, educação...

David Weinberger

Introdução

Estamos vivenciando profundas modificações no espaço urbano, nas formas sociais e nas práticas da cibercultura com a emergência das novas formas de comunicação sem fio. Duas formas técnicas e correlatos fenômenos sociais serão analisados aqui: as práticas com telefonia celular, que estão transformando o telefone móvel em um “controle remoto do quotidiano”, e as práticas de conexão à internet sem fio, conhecido como “Wi-Fi”, oferecendo novas dinâmicas de acesso e de uso da rede nas metrópoles contemporâneas. A partir dessas tecnologias de comunicação sem fio, analisaremos as práticas conhecidas como “smart mobs” e “flash mobs”. O que pretendemos mostrar é que a era da informação, caracterizada pela transformação de átomos em bits (Negroponte, 1995), pela convergência tecnológica e pela informatização total das sociedades contemporâneas (Castells, 1996) passa hoje por uma nova fase, a dos computadores coletivos móveis, que chamaremos aqui de “era da conexão” (Weinberger, 2003), caracterizando-se pela emergência da computação ubíqua, pervasiva (“pervasive computing”, permeante, disseminada) ou senciente3.

TEXTO NA ÍNTEGRA:

http://www.cesnors.ufsm.br/professores/chmoraes/comunicacao-digital/07Cibercultura%20e%20Mobilidade_%20a%20Era%20da%20Conexao.pdf

Cibercultura e Tsunamis:Tecnologias de Comunicação Móvel, Blogs e Mobilização Social

André Lemos e Lorena Novas

Introdução

Durante o maremoto que atingiu, no final de dezembro de 2004, alguns países da Ásia e da África, as tecnologias móveis, como celulares e internet sem fio (Wi-Fi), além dos diversos blogs espalhados ao redor do mundo, romperam barreiras geográficas e ajudaram as vítimas das tsunamis. Estas tecnologias foram úteis para achar desaparecidos, para reconstruir os países atingidos e para auxiliar as vítimas que precisavam (e precisam ainda) de socorro médico. As novas práticas sociais ligadas às tecnologias móveis da atual cibercultura foram fundamentais para a mobilização mundial de ajuda aos milhares de desabrigados nos dois continentes. O que mostraremos neste artigo é que o uso das tecnologias móveis na tragédia das tsunamis demonstrou o desenvolvimento da “era da conexão” (Lemos 2004). Para tanto, foi realizado um monitoramento em alguns veículos de informação especializados na rede a fim de mapear a real utilização dessas tecnologias durante a tragédia. Ao fim da análise podemos dizer que o uso das tecnologias móveis foi crucial como instrumento de mobilização social planetária, devido à agilidade, à liberdade de expressão e ao alcance destas ferramentas digitais.

TEXTO NA ÍNTEGRA:

http://www.facom.ufba.br/ciberpesquisa/andrelemos/tsunamis.pdf

terça-feira, 21 de setembro de 2010

ENCONTRO DO DIA 21.09.2010

PARTE 1:

JESÚS MARTÍN BARBERO: DOS MÉIOS ÀS MEDIAÇÕES

PARECERES/AUTOR

MARTIN-BARBERO: DAS LINGUAGENS À MEDIAÇÃO

Porque si la reflexión no abre camino, obstaculiza,
si no abre brecha por donde avanzar, paraliza
RESUMO:

Jesús Martín-Barbero é um dos mais instigantes pesquisadores latino-americanos da atualidade. Seus trabalhos versam sobre o fenômeno da comunicação massiva, embora ele se dedique a outras questões como a configuração das cidades e a emergência dos novos sujeitos sociais. Seu foco de análise é através da cultura na concepção gramsciana e sua principal contribuição acadêmica é a formulação de uma Teoria da Recepção na área da Comunicação. Sua obra mais conhecida, De los Medios a las Mediaciones, foi publicada em 1987. Barbero aposentou-se em l996 como professor da Universidad del Valle, onde havia fundado o curso de Comunicação Social. Foi presidente da ALAIC e catedrático da UNESCO.

Palavras chaves: Jesús Martín-Barbero, Mediações, Teoria da Recepção


TEXTO NA INTEGRA:

http://encipecom.metodista.br/mediawiki/images/2/21/Desire.pdf

COMUNIDADES FALSIFICADAS: ENTREVISTA COM JESÚS MARTÍN-BARBERO

Por Renato Essenfelder em 25/8/2009

Reproduzido do caderno “Mais!” da Folha de S.Paulo, 23/8/2009


Com a emergência de gigantescas redes sociais virtuais, como o Facebook, a internet configura a sua utopia máxima: todos somos iguais. E, se somos todos iguais, não precisamos mais de eleições, pois não precisamos ser representados. Todos nos representamos no espaço democrático da internet.

O raciocínio é tentador, mas, para o filósofo espanhol Jesús Martín-Barbero, é mentiroso – e temerário. "Nunca fomos nem seremos iguais", ele diz, e na vida cotidiana continuaremos dependendo de mediações para dar conta da complexidade do mundo, seja a mediação de partidos políticos ou a de associações de cidadãos.

Martín-Barbero vê a internet como um dos fatores de desestabilização do mundo hoje, que não pode ser pensado por disciplinas estanques. Mundo, aliás, tomado pela incerteza e pelo medo, que nos faz sonhar com a relação não mediada das comunidades pré-modernas. O filósofo conversou com a Folha durante visita a São Paulo.


PARA SABER MAIS

http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=552ENO004

DOS MEIOS ÀS MEDIAÇÕES: COMUNICAÇÃO, CULTURA E HEGEMONIA

Tradução Ronald e Polito Sérgio Alcides, Rio de Janeiro: UFRJ, 1997.

Jesús Martín-Barbero

Introdução

Esta é a aposta e o objetivo deste livro: mudar o lugar das perguntas, para tornar investigáveis os processos de constituição do massivo para além da chantagem culturalista que os converte inevitavelmente em processos de degradação cultural. E para isso, investigá- los a partir das mediações e dos sujeitos, isto é, a partir das articulações entre práticas de comunicação e movimentos sociais. Daí suas três partes – a situação, os processos, o debate – e sua colocação invertida: pois, sendo o lugar de partida, a situação latino-americana terminará na exposição convertendo-se em lugar de chegada. Embora espere que os marcos deixados ao longo do percurso ativem a cumplicidade do leitor e permitam durante a travessia reconhecê-la. (...).

PARA SABER MAIS

http://www.scribd.com/doc/6321262/Dos-meios-as-mediacoes-Introducao